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Vila Nova de Milfontes, concelho de Odemira |
O Alentejo
é uma região ou província tradicional do sul de Portugal. Na
divisão medieval e até ao século XIX, o Alentejo era considerado
uma só província. O nome da província significa o que está “para
além do Tejo”, em relação à margem norte, nomeadamente Lisboa.
Em grafia antiga era Além-Tejo. A região foi também chamada
Entre-Tejo-e-Guadiana ou Entre-Tejo-e-Odiana (com ou sem hífenes).
Nas divisões da
década de 1930, foram consideradas duas províncias alentejanas,
Alto Alentejo e Baixo Alentejo.
Alguns concelhos do
Ribatejo a sul do Tejo, assim como do sul da Estremadura (Península de Setúbal), têm
características semelhantes ao Alentejo mas não são consideradas
como parte deste.
A freguesia de Belver
localiza-se a norte do Tejo, mas desde 1898 pertence ao concelho de
Gavião, que faz parte do Alto Alentejo.
O Alto
Alentejo é tradicionalmente
constituído pelos concelhos dos distritos de Évora e Portalegre. A
cidade de Évora é considerada a capital do Alto Alentejo e do
Alentejo em geral.
Na divisão dos anos
30 o concelho de Ponte de Sor, no distrito de Portalegre, foi
incluído no Ribatejo; contudo, noutras divisões é considerado um
concelho alentejano.
Portugal reivindica o
território de Olivença
(em castelhano Olivenza)
e considera-o de jure
um concelho alentejano do distrito de Portalegre. Sob administração
espanhola, a anterior freguesia de Talega foi separada de Olivença e
constituiu um município (com nome castelhano de Táliga).
A aldeia de Vila Real (em castelhano Villarreal),
que se chamava Aldeia da Ribeira e pertencia ao antigo concelho de
Juromenha, foi incorporada no concelho de Olivença quando este foi
ocupado pelos espanhóis. Os municípios, espanhóis de
facto, de Olivenza
e Táliga
fazem parte da comarca de Llanos
de Olivenza, na comunidade
autónoma da Estremadura (em castelhano Extremadura), no Estado
Espanhol.
O Baixo
Alentejo é tradicionalmente
constituído pelos concelhos do distrito de Beja e pelos concelhos da
parte sul do distrito de Setúbal. A sua capital é a cidade de Beja.
O Baixo Alentejo
inclui o maior concelho português em superfície, Odemira, e o
concelho com o litoral mais extenso, Grândola. O litoral arenoso
entre Troia e Sines constitui a praia mais extensa de Portugal. Até
à reforma autárquica de 2013, o Baixo Alentejo tinha também a
maior freguesia portuguesa em superfície, Santa Maria do Castelo, no
concelho de Alcácer do Sal.
Nas Nomenclaturas
de Unidades Territoriais para fins Estatísticos
(NUTS), da União Europeia, o Alentejo
é uma das sete unidades de nível 2 (NUTS 2) em Portugal. O Alentejo
como NUTS 2 inclui desde 2008 as províncias tradicionais do Alto
Alentejo e do Baixo Alentejo e o concelho de Ponte de Sor, mas também
onze concelhos da sub-região (NUTS 3) Lezíria
do Tejo, no centro e sul do
Ribatejo tradicional. Para além dessa, as outras sub-regiões (NUTS
3) da região Alentejo (NUTS 2) são:
- Alentejo
Central. Engloba o distrito de
Évora, exceto o concelho de Mora, e no distrito de Portalegre inclui
o concelho de Sousel, todos no Alto Alentejo tradicional.
- Alentejo
Litoral. Engloba os concelhos
da parte sul do distrito de Setúbal e o concelho de Odemira, do
distrito de Beja, todos no litoral do Baixo Alentejo.
- Alto
Alentejo. Engloba o distrito
de Portalegre (com Ponte de Sor), exceto o concelho de Sousel, e no
distrito de Évora inclui o concelho de Mora. Esta sub-região
corresponde ao norte do Alto Alentejo tradicional.
- Baixo
Alentejo. Engloba os
concelhos do distrito de Beja, exceto o de Odemira, ou seja o
interior da província tradicional do Baixo Alentejo.
A Margem
Esquerda do Guadiana, ou
simplesmente Margem Esquerda, é a região alentejana que inclui os
concelhos de Mourão, no Alto Alentejo, e Barrancos, Moura, Serpa e
uma parte de Mértola, no Baixo Alentejo.
A região que engloba
basicamente o distrito de Portalegre (NUTS 3 Alto Alentejo) é também
conhecida como Norte
Alentejano. Esta designação
era usada na região de turismo, por exemplo.
O Litoral Alentejano é uma expressão usada para designar a costa do Alentejo, embora seja mais aplicada para o litoral a sul de Sines, em particular para referir a zona do Parque Natural do Litoral Alentejano e Costa Vicentina.
O Alentejo profundo foi uma expressão em tempos muito usada. Nuns casos para designar as zonas mais remotas ou menos desenvolvidas do Alentejo. Noutros casos era usada num sentido depreciativo.
No Alentejo algumas
localidades incluem o nome da província, embora habitualmente este
não seja referido na linguagem falada. Essas localidades são:
- Cercal
do Alentejo. Vila do concelho
de Santiago do Cacém, no Baixo Alentejo. Foi sede de concelho entre
1836 e 1855, constituído pelas freguesias de Cercal, Colos e Vila
Nova de Milfontes. Foi elevada a vila em 1991, tendo a sua designação
oficial sido alterada de Cercal para Cercal do Alentejo.
- Faro
do Alentejo. Freguesia do
concelho de Cuba, no Baixo Alentejo. Foi vila e sede de concelho até
ao início do século XIX.
- Ferreira
do Alentejo. Vila e sede de
concelho no Baixo Alentejo.
- Torrão
do Alentejo. Oficialmente
chamada apenas Torrão,
é uma das maiores freguesias portuguesas, no concelho de Alcácer do Sal, Baixo Alentejo. A vila do Torrão teve foral manuelino em 1512,
tornando-se sede de concelho. Em 1871 a freguesia do Torrão passou a
integrar o concelho de Alcácer do Sal.
O Torrão do Alentejo
não deve ser confundido com o Torrão do concelho de Marco de
Canaveses, no Douro Litoral, nem com Freixeda do Torrão, no concelho
de Figueira de Castelo Rodrigo, na Beira Alta.
- Viana
do Alentejo. Vila e sede de
concelho no Alto Alentejo. Inclui as freguesias de Aguiar, Alcáçovas
e Viana do Alentejo.
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