29 April 2015

João da Nova

João da Nova (também grafado Joan de Nóvoa, Joao de Novoa, Joan da Novoa, Joam de Nôvoa, Joan de Nova, Xoán de Novoa, João da Nova Castella, João de Nova Castelia, Xóao de Novoa, Juan de Nova, ou João Galego) foi um nobre, marinheiro e explorador galego que viveu em Portugal e serviu a coroa portuguesa.
João da Nova nasceu por volta de 1460 no castelo de Maceda, na região da Ribeira Sacra, no interior sul da Galiza. Por ocasião das revoltas irmandinhas o castelo familiar foi parcialmente destruído. A família fugiu para Benavente, alguns para Ponte Vedra, e o jovem João foi enviado para Portugal. Participou em campanhas militares no Norte de África ao serviço do rei D. João II. Foi nomeado alcaide de Lisboa pelo rei D. Manuel I em 1496.
João da Nova realizou três viagens à Índia. Na primeira vez partiu em março de 1501 como capitão-mor da terceira armada à Índia, constituída por três naus e uma caravela. Na viagem descobriu a ilha de Nossa Senhora da Conceição. Esta ilha foi redescoberta por Afonso de Albuquerque no dia de Ascensão de 1505, dando-lhe o nome que ainda hoje tem: ilha de Ascensão (em inglês Ascension Island), que foi tomada pela marinha inglesa em 1815. A ilha faz parte das possessões britânicas no Atlântico Sul.
Na mesma viagem João da Nova descobriu as ilhas da Trindade e de Martim Vaz, que são território brasileiro a cerca de 615 milhas (1.140 km) a leste da cidade de Vitória, estado do Espírito Santo.
Há indícios que João da Nova terá sido o primeiro galego ou português a visitar a ilha da Taprobana (depois chamada Ceilão e Sri Lanka).
Na Índia João da Nova fundou uma nova feitoria portuguesa em Cananor (em malaiala കണ്ണൂര്, Kannur) e obteve grandes sucessos nas batalhas navais em que participou na costa do Malabar.
Na torna-viagem, João da Nova descobriu um par de ilhas 338 milhas náuticas (626 km) a sul de Mahé (Seychelles), no Oceano Índico, que ficaram conhecidas como Agalega, ou A Galega (em francês Agaléga). O território pertence atualmente à República da Maurícia.
No Oceano Atlântico Sul, João da Nova descobriu também a ilha de Santa Helena (em inglês Saint Helena), em 1502. Esta ilha foi ocupada pelos ingleses no século XVII e hoje em dia faz parte do território britânico denominado Santa Helena, Ascensão e Tristão da Cunha (em inglês Saint Helena, Ascension and Tristan da Cunha).
Frol de la Mar (gravura no "Roteiro de Malaca", século XVI)
Em março de 1505 partiu de Lisboa para uma nova viagem à Índia, no comando de um dos 22 navios da armada do vice-rei D. Francisco de Almeida. No regresso, João da Nova capitaneou o famoso galeão Frol de la Mar (também conhecido como Flor de la Mar), o maior e mais poderoso navio do seu tempo, nau capitânia da armada portuguesa. Na passagem pelo Cabo da Boa Esperança sofreu um rombo e regressou a Moçambique para ser reparado. João da Nova arribou então a uma pequena ilha no Canal de Moçambique, mais perto de Madagáscar. Essa ilha de João da Nova (em francês Île Juan de Nova) é agora uma possessão francesa desde o final do século XIX e faz parte do grupo das Ilhas Dispersas do Oceano Índico (em francês Îles Éparses de l'océan Indien), um distrito Terras Austrais e Antárticas Francesas (em francês Terres australes et antarctiques françaises). A ilha de João da Nova é reivindicada por Madagáscar.
Em 1506 os navios de Tristão da Cunha e Afonso de Albuquerque, que rumavam a Socotorá, Ormuz e Índia, encontram João da Nova na ilha do canal de Moçambique. O seu amigo e compadre Tristão da Cunha ajuda-o e, assim, comandando o galeão Frol de la Mar, o navegador galego prossegue viagem, juntando-se à esquadra de Afonso de Albuquerque, que conquista Socotorá (em árabe سقطرة; Suqutrah), junto ao Corno de África, Ormuz (em 1507), à entrada do Golfo Pérsico, e outras cidades na costa africana e na Península Arábica.
Em 1509 participou na decisiva Batalha de Diu, na linha da frente no comando do galeão Frol de la Mar, usado como navio-almirante do vice-rei D. Francisco de Almeida. 
Em conflito com Afonso de Albuquerque, João da Nova faleceu em Cochim (em malabar കൊച്ചി, Kochi), no sul da Índia, em 10 de julho de 1509.


Imagem superior: capa do livro de Santiago Prol “João da Nova. Un mariño galego ao servicio da Coroa de Portugal”, 2002, Deputación de Ourense.

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