João
da Nova
(também grafado Joan
de Nóvoa,
Joao de
Novoa,
Joan da
Novoa,
Joam de
Nôvoa,
Joan de
Nova, Xoán
de Novoa,
João da
Nova Castella,
João de
Nova Castelia,
Xóao de
Novoa,
Juan de
Nova, ou
João
Galego)
foi um nobre, marinheiro e explorador galego que viveu em Portugal e
serviu a coroa portuguesa.
João
da Nova nasceu por volta de 1460 no castelo de Maceda, na região da
Ribeira Sacra, no interior sul da Galiza. Por ocasião das revoltas
irmandinhas o castelo familiar foi parcialmente destruído. A família
fugiu para Benavente, alguns para Ponte Vedra, e o jovem João foi
enviado para Portugal. Participou em campanhas militares no Norte de
África ao serviço do rei D. João II. Foi nomeado alcaide de Lisboa
pelo rei D. Manuel I em 1496.
João
da Nova realizou três viagens à Índia. Na primeira vez partiu em
março de 1501 como capitão-mor da terceira armada à Índia,
constituída por três naus e uma caravela. Na viagem descobriu a
ilha de Nossa Senhora da Conceição. Esta ilha foi redescoberta por
Afonso de Albuquerque no dia de Ascensão de 1505, dando-lhe o nome
que ainda hoje tem: ilha
de Ascensão
(em inglês Ascension
Island),
que foi tomada pela marinha inglesa em 1815. A ilha faz parte das
possessões britânicas no Atlântico Sul.
Na
mesma viagem João da Nova descobriu as ilhas
da Trindade e de Martim Vaz,
que são território brasileiro a cerca de 615 milhas (1.140 km) a
leste da cidade de Vitória, estado do Espírito Santo.
Há
indícios que João da Nova terá sido o primeiro galego ou português
a visitar a ilha da Taprobana
(depois chamada Ceilão e Sri Lanka).
Na
Índia João da Nova fundou uma nova feitoria portuguesa em Cananor
(em malaiala കണ്ണൂര്,
Kannur)
e obteve grandes sucessos nas batalhas navais em que participou na
costa do Malabar.
Na
torna-viagem, João da Nova descobriu um par de ilhas 338 milhas
náuticas (626 km) a sul de Mahé (Seychelles), no Oceano Índico,
que ficaram conhecidas como Agalega,
ou A Galega (em francês Agaléga).
O território pertence atualmente à República da Maurícia.
No
Oceano Atlântico Sul, João da Nova descobriu também a ilha
de Santa Helena
(em inglês Saint
Helena),
em 1502. Esta ilha foi ocupada pelos ingleses no século XVII e hoje
em dia faz parte do território britânico denominado Santa Helena,
Ascensão e Tristão da Cunha (em inglês Saint
Helena, Ascension and Tristan da Cunha).
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Frol de la Mar (gravura no "Roteiro de Malaca", século XVI) |
Em
março de 1505 partiu de Lisboa para uma nova viagem à Índia, no
comando de um dos 22 navios da armada do vice-rei D. Francisco de
Almeida. No regresso, João da Nova capitaneou o famoso galeão Frol
de la Mar
(também conhecido como Flor
de la Mar),
o maior e mais poderoso navio do seu tempo, nau capitânia da armada
portuguesa. Na passagem pelo Cabo da Boa Esperança sofreu um rombo e
regressou a Moçambique para ser reparado. João da Nova arribou
então a uma pequena ilha no Canal de Moçambique, mais perto de
Madagáscar. Essa ilha
de João da Nova
(em francês Île
Juan de Nova)
é agora uma possessão francesa desde o final do século XIX e faz
parte do grupo das Ilhas Dispersas do Oceano Índico (em francês
Îles Éparses de l'océan
Indien),
um distrito Terras Austrais e Antárticas Francesas (em francês
Terres
australes et antarctiques françaises).
A ilha de João da Nova é reivindicada por Madagáscar.
Em
1506 os navios de Tristão da Cunha e Afonso de Albuquerque, que
rumavam a Socotorá, Ormuz e Índia, encontram João da Nova na ilha
do canal de Moçambique. O seu amigo e compadre Tristão da Cunha
ajuda-o e, assim, comandando o galeão Frol
de la Mar,
o navegador galego prossegue viagem, juntando-se à esquadra de
Afonso de Albuquerque, que conquista Socotorá (em árabe سقطرة;
Suqutrah),
junto ao Corno de África, Ormuz (em 1507), à entrada do Golfo
Pérsico, e outras cidades na costa africana e na Península Arábica.
Em
1509 participou na decisiva Batalha de Diu, na linha da frente no
comando do galeão Frol
de la Mar,
usado como navio-almirante do vice-rei D. Francisco de Almeida.
Em
conflito com Afonso de Albuquerque, João da Nova faleceu em Cochim
(em malabar കൊച്ചി,
Kochi),
no sul da Índia, em 10 de julho de 1509.
Imagem superior:
capa do livro de Santiago Prol “João da Nova. Un mariño galego
ao servicio da Coroa de Portugal”, 2002, Deputación de
Ourense.
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